quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ta aí: um bom catalisador para mudanças

Não sou nenhuma obcecada por frases prontas, reeditadas e que ficam circulando eternamente pela internet, sendo novamente aqui e ali 'levemente' alteradas... A autoria, nessas horas, já pulou de C.L. para C.F.A., com uma breve passagem por P.C. ai ai... Gosto de parar com tudo e ficar com meus pensamentos, daí sim fazendo uma alteração aqui, outra ainda maior ali e assim vou me moldando a cada dia. Mas confesso que ando precisando de uma ajudinha.... De qualquer forma, como sou adepta da ideia que pensamentos bons precisam ser compartilhados.... ai vai:


Amor
Em um mundo melhor, a lei natural é a do amor e em uma pessoa melhor, a natureza natural é amorosa. 
Amor é o princípio que cria e sustenta as relações humanas com dignidade e profundidade. 
O amor espiritual nos leva ao silêncio e este silêncio tem o poder de unir, orientar e liberar as pessoas. 
Quando o amor é aliado à fé, isso cria uma forte fundação para iniciativa e ação. 
O amor é um catalisador para mudanças, desenvolvimento e conquistas. 


Quando aprendemos a ser despreocupados ficamos desapegados dos problemas e naturalmente felizes. Ao criarmos o hábito de pensar apenas o que é necessário, haverá uma grande economia de pensamentos e energia. Por outro lado, se o nosso tempo é perdido em pensamentos inúteis, o intelecto torna-se fraco e cansado. Assim como as preocupações inibem e ocultam os nossos talentos, a calma na mente inspira e desenvolve a criatividade.


Brahma Kumaris ( = B.K.)






terça-feira, 15 de maio de 2012

gravity


Gravity, release me
And don't ever hold me down,
Now my feet won't touch the ground...
(Coldplay)


sábado, 7 de abril de 2012

Meça o som.




Blue Mind

Got no time,
Got no mind,
For the line in my life,
No time to think,
Time for sleep now,
Time to sink way into the blue deep.

Got no time,
Got no mind,
For the line in this life,
No time to think,
Time for sleep now,
Time to sink way into the blue deep.

So watch your time,
Time the sound,
Let it spill quietly from your hand,
Oh and the time is at hand when all things under the sky go free of time,
The time is passing you by,
I've got no time.
And I am drifting,
Yes I am drifting.

Remember when you were only a child,
Remember when you were only a child,
Remember when you were only a child,
And start to see with your blue mind,
And start to see with your blue mind,
Don't be afraid of what you find,
No, don't be afraid of what you find.
(It's not that bad)
Cause I am drifting,
Yes, I am drifting.

Slowly, slowly, I am drifting,
(Slowly, slowly, I am drifting)
Slowly, slowly, I am drifting,
(Slowly, slowly, I am drifting)
Yes, slowly, slowly, I am drifting.
(Alexi Murdoch) 


sexta-feira, 6 de abril de 2012

Do tempo....

Tempo.
Cada um tem o seu.
Cada um tem a sua própria definição de tempo.
Cada um tem seu tempo de derrotas.
Cada tempo tem seu gosto de vitória.
Tempo de cada tempo.
Tempos singulares.
Em um só.
Tempo.
Tem pó.
Com a pá cada um varre o seu.
Tempo.





quinta-feira, 5 de abril de 2012

Nunca vi tanta cor.


Tarde pintada
Por não sei que pintor.
Nunca vi tanta cor
Tão colorida!
Se é de morte ou de vida,
Não é comigo.
Eu, simplesmente, digo
Que há tanta fantasia
Neste dia,
Que o mundo me parece
Vestido por ciganas adivinhas,
E que gosto de o ver, e me apetece
Ter folhas, como as vinhas.

Este texto é de Miguel Torga. Ele trilha um pouco a ideia do que sinto ao ver os quadros do pintor Leonid Afremov. 
Leonid Afremov é um pintor bielorrusso. erradicado nos Estados Unidos que usa em suas pinturas a técnica artística envolvendo espátulas, tinta a óleo, cores vibrantes e a contraposição delas.
A vontade é de acordar todos os dias olhando para eles. Fantásticos!
Seguem abaixo algumas das suas obras:

I saw a dream

John Lennon

Rain Princess

Morning Reflection

Modest Girl

Today I Forgot My Umbrella

Tango

Para assistir ele em ação, acesse o link 

Se quiser passar no site oficial para comprar um de seus quadros e mandar para mim (hehe), acesse: http://www.afremov.com/
Vale só dar a olhadinha nos preços também.


terça-feira, 3 de abril de 2012

deixa ser...

Vai....

deixa eu ser tudo para você.
De professora a bailarina,
de amante a amiga,
de velha a rapariga,
de malandrinha a santinha,
de revolucionária a milionária,
de gozo a choro,
de abraço a miado,
de orgulhada a orgulhosa.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

bobo da corte.

"E era para ser um feriado de carnaval  maravilhoso. Longe de toda folia, mas com nossos corações soltando serpentina e pulando de alegria."


não é fácil.

"Qualquer um pode zangar-se - isto é fácil. 
Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - não é fácil." (Aristóteles)

Para refletir, para recriar-se

Pensar é transgredir


Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos. 
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido. 
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. 
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!" 
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação. 
Sem ter programado, a gente pára pra pensar. 
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se. 
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. 
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida. 
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. 
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo. 
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. 
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. 
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada. 
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado. 
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. 
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. 
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. 
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

(Lya Luft)

E ai?

A Playboy de Amyr Klink

A Playboy não é apenas a revista de nu feminino mais famosa do país ou a revista que contém as entrevistas mais interessantes. A Playboy é também o símbolo da tolerância, da inteligência e da modernidade entre casais.
Outro dia alguém comentou, numa roda de amigos, que a esposa de Amyr Klink havia mandado uma revista Playboy de presente para o marido quando ele esteve em uma de suas viagens glaciais solitárias. Fui informada que ela deu este depoimento num documentário que o canal GNT passou sobre o navegador. Não vi o programa, mas parabéns, senhora Klink.
O homem está lá longe, mais sozinho que goleiro de time que está dando goleada, e tem a chance de receber umas revistas. Que revistas? Se eu fosse mulher dele, mandava uma revista de informação, para ele saber em que pé anda o mundo, e talvez uma revista sobre assuntos náuticos, para ele confrontar sua experiência com a dos outros.
Mas para se sentir em casa, uma Playboy, é lógico.
Mulheres que se sentem ameaçadas por fantasias precisam aprender a controlar sua neurose. A fantasia é inerente ao homem e à própria mulher. Ninguém segura o rojão da realidade 24 horas por dia. Sonhar é necessário e benigno. Homem nenhum vai pedir o divórcio só porque viu a foto de uma Sheila pelada. Não se trata de pouca vergonha: é vergonha nenhuma. O que ele vai fazer com sua imaginação é problema dele e em benefício dele. Aliás, nada que as mulheres também não façam.
Uma mulher que envie uma Playboy para o marido exilado, em vez de mandar apenas a foto dos filhinhos, é uma mulher que ama, que respeita e que tem senso de humor.
É uma mulher que sabe que não é proprietária de ninguém, que confia em si mesma e na relação que estabeleceu. É uma mulher que sabe que uma revista é uma revista e nada mais.
Há, no entanto, mulheres que competem com a individualidade do outro e chamam isso de amor. Senhora Klink, por ter feito a generosidade de fornecer a seu marido um pouco de fantasia em sua solidão voluntária, toque aqui. Amor também é isso.
Martha Medeiros

Dos dias depois de amanhã.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Salve salve o apagão!

Já se imaginou ficar sem energia elétrica? Impossível, diria. Sim, também não sobrevivo mais sem computador, internet, ar condicionado (ou mesmo o velho ventilador), micro-ondas e por ai vai...
Mas que saudade dos apagões cotidianos. Para os mais jovens é bom explicar que muitas vezes a energia elétrica nos pregava uma peça. Pobre das mães, bem na hora da novela, o único programa que assistiam e que as fazia ficar sentadinhas em frente à televisão caixote. Pois bem, apesar dos reclames, confesso que eu adorava esses momentos de apagão.  Era a hora da família toda se reunir. Na cozinha ou mesmo lá fora, quando era muito quente. E era aquela confusão para achar as velas pela metade. Quem foi que as guardou da última vez? Depois disso aquela distribuição de velas pela mesa da cozinha.  Cuidado para não se queimar. Uma ficava de reserva. Era para quem precisava ir ao banheiro. E o medo de ir sozinha? Ah, a irmã mais velha ia junto, mas sempre para assustar, colocando a vela embaixo do rosto para dar aquela impressão horrenda de “Os outros” ou algo assustador semelhante assim. Na cozinha as mais variadas conversas. Resgate histórico dos momentos secretos de nossos pais na infância e adolescência. Ficávamos sabendo de histórias que só eram mencionadas ali.  Pareciam até pertencer há um momento assim. Que ficava nas entrelinhas e que agora aparecia com aquele ar nostálgico e sombrio (mas tudo isso no seu aspecto positivo). Esta forte ligação deve ser porque trazia sensações diferentes. E se fossemos lá para fora, as histórias eram interrompidas pelas indagações acerca das estrelas e do universo. Era impossível não fazê-las. Hora de deixar os olhos bem abertos para captar cada sinal brilhante daquele céu estrelado.  Ver estrela cadente era raro, mas quem visse ganhava, literalmente, as estrelas! Sensação alguma substitui isto. Mas como meu pai estava contando.... ops a luz voltou. Minha mãe vai correndo ligar a TV, meu pai o rádio e eu ficava ali, esperando por um novo apagão.  Cadê?

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.

A Flor e a Náusea

Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me'?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas,
alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.

Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas,
consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio,
paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horasda tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


Carlos Drummond de Andrade 

domingo, 8 de janeiro de 2012

"Arco-íris no céu.
Está sorrindo o menino 
que há pouco chorou."
Helena Kolody