sábado, 18 de fevereiro de 2012

E ai?

A Playboy de Amyr Klink

A Playboy não é apenas a revista de nu feminino mais famosa do país ou a revista que contém as entrevistas mais interessantes. A Playboy é também o símbolo da tolerância, da inteligência e da modernidade entre casais.
Outro dia alguém comentou, numa roda de amigos, que a esposa de Amyr Klink havia mandado uma revista Playboy de presente para o marido quando ele esteve em uma de suas viagens glaciais solitárias. Fui informada que ela deu este depoimento num documentário que o canal GNT passou sobre o navegador. Não vi o programa, mas parabéns, senhora Klink.
O homem está lá longe, mais sozinho que goleiro de time que está dando goleada, e tem a chance de receber umas revistas. Que revistas? Se eu fosse mulher dele, mandava uma revista de informação, para ele saber em que pé anda o mundo, e talvez uma revista sobre assuntos náuticos, para ele confrontar sua experiência com a dos outros.
Mas para se sentir em casa, uma Playboy, é lógico.
Mulheres que se sentem ameaçadas por fantasias precisam aprender a controlar sua neurose. A fantasia é inerente ao homem e à própria mulher. Ninguém segura o rojão da realidade 24 horas por dia. Sonhar é necessário e benigno. Homem nenhum vai pedir o divórcio só porque viu a foto de uma Sheila pelada. Não se trata de pouca vergonha: é vergonha nenhuma. O que ele vai fazer com sua imaginação é problema dele e em benefício dele. Aliás, nada que as mulheres também não façam.
Uma mulher que envie uma Playboy para o marido exilado, em vez de mandar apenas a foto dos filhinhos, é uma mulher que ama, que respeita e que tem senso de humor.
É uma mulher que sabe que não é proprietária de ninguém, que confia em si mesma e na relação que estabeleceu. É uma mulher que sabe que uma revista é uma revista e nada mais.
Há, no entanto, mulheres que competem com a individualidade do outro e chamam isso de amor. Senhora Klink, por ter feito a generosidade de fornecer a seu marido um pouco de fantasia em sua solidão voluntária, toque aqui. Amor também é isso.
Martha Medeiros

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